NOVA GERAÇÃO VERSUS HOMEM NOVO


E se começássemos este texto com Vagabundo Apaixonado ou Insana Rebeldia, seria a nossa justa homenagem aos dois jovens guineenses que lançaram os seus livros recentemente… falamos de Emílio Lima e Edson Incopté, são exemplo de activismo da nova geração guineense, neste caso no domínio da literatura.
Mas vem este artigo ao propósito da Editorial do Jornal “O Democrata” intitulado Nova Geração Versus Homem Novo, que traduz um conjunto de verdades e aponta para outros tantos receios. Lemos e gostamos que alguém apresse a apontar-nos que os anseios do passado não cumpriram com as expectativas. A geração dos Meninos de Pindjiquiti, dos Pioneiros da Luta e muitos falharam, basta constatar o estado do nosso país. É portanto legítimo que agora recaia expectativas na Nova Geração, como carinhosamente se trata os novos valores.
A geração de pós-independência que entusiasmou, hoje vê-se, que contribuiu para marasmo em que estamos e como disse Prof. Doutor Leopoldo Amado não tem havido progressão geracional na Guiné-Bissau. O que podemos dizer que coloca muitos desta geração a margem, muitos que ainda podem dar muito ao país, renovando quadro dirigente, técnicos do Estado, sociedade e tudo mais. Assim pode-se dizer que muitos têm visto vedado a sua contribuição diminuído na intensidade para tal porque não se criou condições para tal, porque se recusa participar nas imoralidades que por lá é condição si quo non para ser um deles (dirigentes que tem governado o país). Das gerações anteriores pouco se pode ver, no entanto não nos faltam pessoas a quem reconhecer exemplaridade, a quem reconhecer mérito, infelizmente a maioria estão fora do país e nas entidades internacionais ou em projectos pessoais no país.  
Falando da nossa geração, confessamos que a nossa posição é contraditório e a nossa opinião vária, não negamos optimismo e alegria porque sabemos que somos cada vez mais capacitados, mais conhecedores do mundo, mais cientes das falhas do passado. No entanto, mentimos se vos dizer que tudo isso nos tranquiliza, se dizermos que não estamos perante a mesma camada que se preocupa mais com fato e gravata do que conteúdo. A juventude que se preocupa em falar português melhor que o outro mesmo quando desconhecendo significado das palavras. Esta Nova Geração, a que também pertencemos e por isso contra nós falamos, é a mesma que vezes demais no eu lugar de nós.
Se nós gozamos de projectos como é o caso de Rádio Jovem, projecto da Rede Nacional de Associações Juvenis, inúmeras associações e grupo de jovens que teimam em fintar a desgosto da decadência do país, só temos razões para estarmos mais atentos porque ainda carecemos de uma juventude comprometido com a causa nacional, que depende em grande parte, numa mudança radical de postura colocando na prática a premissa de simplicidade e conciliar de valores ditas ocidentais com aqueles que são circunstâncias do nosso país, continente e mundo. Dizemos isso porque mal vai aquele que não for capaz de ultrapassar teoria, aquele que não domina as circunstâncias da sua realidade, assim o nosso desafio é fazer conversão dos saberes que vamos adquirindo nas academias para o nosso mundo. Isso para dizer que devemos ser capazes, de um dia, propor caminhos para o mais importante para qualquer país – bem-estar de todos, baseado na igualdade de oportunidade para todos e em todos os domínios. 
Os riscos de falhanço são muitos, demasiadas. Somos sim uma juventude com mais formação académica, com mais conhecimentos técnicos, com mais e melhor em muitas especialidades. Contudo veja-se a situação de Portugal que com a mesma juventude, com mais e melhor, hoje é um país de rastos. Nem sempre as qualificações importam. Mais importante será o comprometimento de cada um de nós e todos como um grupo para com o país, para que na humildade possamos receber a herança do passado, com tudo que tem de bom e de mal e apreender com o que não devemos repetir e o que devemos seguir.    
O caminho é ainda escuro. Mas capital humano existe. Assim queremos esta geração pode marcar diferença na Guiné-Bissau, assim entendemos tudo pode mudar para melhor.

Dissemos!  


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